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domingo, 30 de setembro de 2012

Devaneios de Um Fim de Tarde: Melancolia


Sentia falta. Falta de tudo. Dos dias de sol, das conversas e da música. Sentia falta até do que não havia acontecido. Sentia falta de si mesma.

Também sofria muito. Sofria porque não tinha mais esperanças, não tinha mais vontade. Aquele brilho que sempre iluminara seus olhos agora estava apagado. Mas todos sofrem, não é mesmo? Sofrem de ausências, de dores, de amores. Ela, porém, sofria exatamente por não sentir nada. Por sentir apenas um enorme buraco dentro de seu peito. Mais do que nunca, sentia-se perdida.
Encontrava-se em um estado melancólico permanente. Nada parecia fazer sentido, nada mais tinha graça. Sua vida tornara-se um amontoado de ideias confusas e sonhos frustrados. Todas aquelas promessas feitas no ano novo agora pareciam tão inúteis. Promessas que ela havia feito a si mesma. Promessas que um dia ela imaginou cumprir.

A primavera chegara, e com ela as cores começaram a surgir. Dentro dela, porém, o inverno continuava. Intacto e frio. Tão frio. Algumas vezes ela chegava a imaginar se as poucas lágrimas que derramava quando nada mais se restava a fazer poderiam tornar-se gelo. Seria aquilo possível?

Sabe, ela está triste agora. Sem esperanças. Amarga, desiludida. Mas todo mundo passa por isso na vida, não é mesmo? Ela vai sobreviver. Ela vai.

Por: Marri

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